Estava tudo pegando fogo, minha rua estava um caos, as pessoas corriam de um lado para o outro gritando por ajuda, dizendo que haviam feridos, outros diziam que era o fim do mundo e parecia pior que isso, meus pais não estavam ali, afinal, haviam viajado e meu único suporte era minha irmã Aurora, ela pegou suas armas e munição, me arrastou pelo o braço e garantiu que ficaríamos bem e que encontraríamos nossos pais, eu confiei nela e a segui, fomos para o carro dela e ela me levou embora daquele caos, e eu pude ver o que realmente ocorria e a televisão tentou esconder, pessoas aparentemente mortas comendo os vivos, eu me esforcei para não vomitar, era assustador e eu só queria sair dali *Não olhe* dizia minha irmã, mas era impossível não olhar, mesmo com nojo e pavor, meus olhos eram atraídos para quelas coisas assustadores, e eu resolvi apelidar ele de “mordedores” já que era a única função deles, eu fui tirada daquela cena com as doces palavras de Aurora, era apenas um pesadelo, estávamos no palace o nosso refúgio, nosso atual lar, aquele sonho era apenas a cena que se recusava a ir embora da minha cabeça, e por mais que eu me esforçasse para esquecer e aceitar tudo o que ocorreu desde então, era possível deixar a primeira impressão de lado, Aurora ainda tagarelava sobre eu ter que ir até Valentim, ele iria me mandar para uma missão de busca, e como eu sou a menor e mais magra, como o próprio Valentim gosta de dizer “sou a ratinha mais rápida e silenciosa do mundo” é meu dever ir para essa missão e trazer comida para o nosso pessoal. Eu me vesti, sempre optando por calças jeans pretas, um suéter vermelho e botas de couro de cano longo, aquilo fazia me sentir segura, devorei uma maçã no caminho até o escritório de Valentim, ele estava com Maya, que foi educada e me cumprimentou assim que eu adentrei ali, Valentim fez o mesmo e logo começou a falar:
- Minha querida ratinha, hoje temos uma missão, e diga-se de passagem que é uma bem importante, vamos ao Shopping Rio Sul, aquele que está tomado pelas coisas, você irá entrar lá para reconhecimento, trará uma lista de tudo o que tem lá, e depois entraremos para matar todos os bichos que tem lá. - Valentim amava seus planos, chegava a ser doentio isso.
- Resumindo, mais uma vez irei arriscar a minha bunda por todos vocês. Sorte que eu gosto do pessoal daqui. - Dei de ombros, afinal, ser egoísta e dizer não só resultaria em uma expulsão, então como já estou acostumada a ir para missões perigosas, resolvi aceitar.
- Não diga a Aurora ou ela me matará. - Ele caminhou até mim e me deu uma pistola e uma faca. - Tem doze balas nessas arma, só a use em último caso, e a faca é a melhor forma de matar eles, e também leve um rádio para caso algo de errado. -
- Muito obrigada, me sinto bem melhor agora. - Coloquei a arma e a faca entre minha calça e a cintura, cobrindo ambas com o suéter. - Agora, vamos logo. Quero acabar logo com isso. - Sai da sala e eles me seguiram.
Não demorou nem dois minutos para a equipe toda estar reunida Valentim ficaria por ser o líder e precisar manter os olhos nos mais fracos, e eu iria com Aurora, Victor e Maya, os mais eficientes do nossos pessoal, com certeza minha bunda estava salva. Pegamos um carro blindado e fomos até lá, eles pararam um quarteirão antes e eu fui sozinha dali, abri um daqueles bichos ao meio e me sujei por completo, estava camuflada e isso ajudaria, enquanto o pessoal usava o carro mais o rádio para afastar os zumbis da entrada, eu começava me aproximar, fui rápida e logo estava dentro, tinha centenas deles no mínimo, eu precisava manter a calma e continuei, passei em algumas lojas e nenhuma interessava, até avistar uma farmácia e constatar a mesma em meu pequeno bloco de papel, subi alguns lances de escada até parar na praça de alimentação, chequei alguns alimentos e a grande maioria ainda prestava, e pude ouvir alguns grunhidos, aquele som que me apavorava e fazia o coração acelerar, sim, os “corredores” os mais perigosos, eles são mais rápidos e tem um olfato bem mais aguçado, ou seja, minha camada de sangue não adiantaria em nada, eu precisava sair dali agora, me virei e procurei uma saída rápida, um pequeno buraco na parede era minha saída, eu o observei e ele daria nas escadas de emergência, os corredores já haviam me notado ali, gritando como quem tocava o sino do jantar eles anunciavam minha presença, eu passei pelo buraco e corri, matei alguns zumbis na minha frete com a pistola, sobrando apenas cinco balas, corri para a saída e os monstros vindo atrás de mim, atirei nos primeiros cincos que apareceram na minha frente, já vendo a luz e o carro com meus amigos, pensei que tudo estava ok mas um corredor pareceu na minha frente, e a única coisa que consegui fazer foi deslizar por baixo dele, o que funcionou, corri para dentro do carro e voltamos para o palace, disse a Valentim minha descoberta, mas havia um porém, que aquele lugar era extremamente perigoso, mas obviamente, ele não deu a mínima e disse que em uma semana iriamos novamente.
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